VAMOS FALAR DE…ONDAS GRAVITACIONAIS

Hoje estrearemos uma nova coluna mensal na qual convidaremos os professores do IPEM a comentarem fatos da atualidade. Chamada de “Vamos falar de…”, a coluna se coloca como mais uma oportunidade de conversar com você sobre assuntos variados, propondo novos olhares e posicionamentos sobre temas propostos pelos mais variados veículos de comunicação. Você, caro leitor, também é nosso convidado e pode participar deixando seu comentário a respeito do assunto proposto.  Fique a vontade e boa leitura!

Um consórcio internacional de cientistas anunciou a descoberta das ondas gravitacionais a partir da colisão de dois buracos negros. A descoberta, segundo Stephen Hawking, “pode revolucionar o estudo da astronomia”. O professor de Física do IPEM, Petrônio L. Freitas, comentou o assunto:

“Quando Isaac Newton propôs a sua Lei da Gravitação Universal, em 1687, ele considerou que os efeitos gravitacionais de um corpo atuariam em outro imediatamente. Por exemplo, se o Sol desaparecesse agora, imediatamente a Terra deixaria de girar em torno do ponto onde estava o Sol e passaria a se mover numa trajetória retilínea, tangente à sua órbita (desconsiderando-se a influência gravitacional dos outros planetas).

Albert Einstein, porém, propôs que a gravidade se propaga com velocidade igual à da Luz, que é de 300 mil quilômetros por segundo. Em outras palavras, como a Terra está a 149,6 milhões de quilômetros do Sol, os efeitos gravitacionais dele, bem como a luz emitida por ele, gastariam cerca de 8 minutos para chegarem até a Terra.

Einstein também propôs, em sua Teoria da Relatividade, que o tempo não é absoluto e sim relativo, sendo dependente da velocidade com que os objetos se movem. (Normalmente não percebemos essa dependência do tempo com a velocidade porque as velocidades com as quais lidamos no nosso dia a dia são muitíssimo menores do que a velocidade de propagação da luz.) Assim, surgiu a necessidade de descrever o universo em função de quatro dimensões e não apenas três: altura, largura, comprimento e tempo. Essa forma de descrever a relação espaço-tempo é geralmente representada por uma malha ou um tecido quadriculado esticado. Um objeto de grande massa, ou seja, que produz um campo gravitacional muito intenso, provoca na malha do espaço-tempo uma deformação similar à deformação provocada por uma bola de boliche colocada sobre uma grande cama elástica. Continuando a analogia, se a bola de boliche permanecer parada, nenhuma oscilação será percebida no tecido da cama elástica, mas se ela passar a se movimentar constantemente, uma série de ondulações se formarão no tecido, movimentando-se do ponto onde está a bola de boliche para bordas do tecido. As ondas gravitacionais são exatamente as ondas geradas na malha do espaço-tempo pela variação do campo gravitacional de corpos celestes de grandes massas.

No final de 2015, pesquisadores do Projeto LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) perceberam variações no espaço-tempo geradas por dois buracos negros em processo de fusão, cujas massas equivalem a 30 vezes a massa do nosso Sol. Essa descoberta vem comprovar um fenômeno previsto pela Teoria da Relatividade de Einstein que há cem anos aguardava por comprovação. Toda comunidade científica e também nós, professores de Física, devemos comemorar essa grande descoberta”, conclui o professor

Buracosnegros_tn

Por Robson Valentim com colaboração de Petrônio l. Freitas

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